Como os derivativos dão maior estabilidade à economia?

Quando falamos em renda variável, os primeiros investimentos que vêm à mente são quatro: ações, fundos imobiliários, ETFs e BDRs. Esses ativos são amplamente conhecidos pelos investidores individuais e possuem um funcionamento relativamente simples:

– Ações representam partes de empresas brasileiras que lucram com a venda de produtos e serviços;

– Cotas de fundos imobiliários correspondem a partes de imóveis ou títulos imobiliários que geram renda através de aluguéis ou juros;

– ETFs são fundos que replicam índices de mercado;

– BDRs são títulos que representam ações de empresas estrangeiras.

Além desses ativos, a bolsa de valores oferece uma vasta gama de instrumentos de renda variável. Entre eles, um dos mais importantes são os derivativos, cujo mercado ultrapassa até mesmo a capitalização das empresas na bolsa. Em abril de 2022, o mercado de derivativos na B3 (bolsa brasileira) somava R$ 5,29 trilhões, enquanto o valor de todas as empresas listadas somava R$ 4,79 trilhões.

Derivativos são instrumentos financeiros usados para transferir riscos entre instituições, protegendo as empresas das oscilações de mercado. Exemplos de derivativos incluem:

– Mercado a termo,

– Mercado futuro,

– Mercado de opções,

– Swaps, entre outros.

Embora esses instrumentos possam ser complexos, eles desempenham um papel crucial em garantir estabilidade econômica. A seguir, vamos explicar, de forma simplificada, o funcionamento do mercado futuro com um exemplo prático.

### Exemplo prático de operação com derivativos

Imagine que um fazendeiro de milho espera vender sua produção por US$ 100 mil, com o dólar cotado a R$ 4,50, o que geraria uma receita de R$ 450 mil. Seus custos são em reais, totalizando R$ 400 mil. Se o dólar cair, o fazendeiro pode sofrer prejuízos. Para evitar isso, ele pode realizar uma operação de derivativos.

Uma solução seria firmar um contrato futuro com uma granja que teme a alta do dólar, pois seu insumo principal, o milho, é cotado em dólares. Assim, ambas as partes protegem-se do risco cambial, firmando um contrato futuro com a cotação de R$ 4,50.

Se o contrato for firmado, a fazenda e a granja transferem seus riscos, ganhando previsibilidade, embora haja custos para ambas: a fazenda pode perder o lucro adicional se o dólar subir, e a granja perde a redução de custos se o dólar cair.

### Conclusão

Os derivativos são fundamentais para transferir riscos entre instituições, protegendo empresas brasileiras das oscilações de mercado e garantindo maior estabilidade à economia. Dessa forma, as companhias conseguem prever melhor seus resultados e evitar grandes perdas em períodos de crise.

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